PSL havia desistido de registrar Américo de Souza devido à “verticalização” da campanha.
O ex-senador Américo de Souza (PSL) pediu neste sábado (10) ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) seu registro de candidatura à Presidência da República. O pedido contraria decisão do partido, que havia optado pela neutralidade nas eleições deste ano. Caso seja confirmada pelo TSE, Américo se juntará a outros seis nanicos que tentam o cargo em 2010.
O pedido foi feito com base na regra que dá ao candidato o direito de concorrer caso tenha sido aprovado em convenção nacional. No dia 10 de junho, o PSL referendou o nome de Américo para a disputa presidencial, mas desistiu em 2 de julho, dias antes do registro pelo partido. O motivo alegado era uma resposta do TSE a consulta do PPS sobre “verticalização” na propaganda eleitoral.
O tribunal disse que na TV e no rádio, candidatos nos Estados não poderiam aparecer ao lado de presidenciáveis de outra coligação no plano nacional. A orientação, que acabou sendo suspensa pelo próprio TSE, fez com que o PSL recuasse, por pressão dos diretórios estaduais, que temiam problemas nas alianças locais.
Neste domingo (11), o vice-presidente do PSL, Gilvan Pantaleão, disse ao R7 que a Executiva Nacional do partido irá se reunir amanhã para estudar formas de barrar a candidatura de Américo.
- Eu gosto do ministro. A gente defendeu [a candidatura dele] até certo ponto. Mas no momento que vimos que era furada, sem discurso, sem dinheiro, sem apoio nos Estados...
Gilvan argumenta que o principal motivo é a falta de estrutura. O partido não tem representantes na Câmara dos Deputados e deve ter 38 segundos na propaganda de TV e rádio.
Já Américo de Souza negou qualquer atrito com o partido e argumentou que o próprio TSE já suspendeu a regra, até agosto, da verticalização na propaganda.
- Não haverá retaliação, não estou contrariando, estou complementando decisão do partido. A desistência foi um atendimento à preocupação de presidentes estaduais. Mas o TSE já recuou da verticalização. Para isso acontecer, seria necessário que o Congresso Nacional derrubasse a emenda constitucional 17.
No pedido de registro, Américo declarou possuir R$ 696 mil em bens. O candidato a vice é o analista de sistemas Gilberto de Souza Leal Junior, do PSL de Santa Catarina. Questionado sobre os gastos de campanha, Américo diz não se lembrar do quanto o partido aprovou na convenção, mas estimou que serão necessários, “no mínimo”, R$ 18 milhões.
Perfil
Ex-senador pelo Maranhão, Américo de Souza é empresário e ministro aposentado do TST (Tribunal Superior do Trabalho). Já foi uma vez deputado federal pelo Rio Grande do Norte e outras duas pelo Maranhão, onde também ocupou os cargos de Promotor de Justiça, Secretário de Estado e Procurador Geral de Justiça.
Em 2006, foi candidato a vice-presidente da República ao lado de Luciano Bivar (PSL). Américo é bacharel em Direito, Ciências Econômicas, Administração e Ciências Contábeis e pós-graduado em Engenharia Administrativo-Econômica.
Focado no eleitorado de centro-direita, Américo tem como principal proposta de governo uma ampla reforma tributária. Em entrevista recente ao R7, defendeu privatizar tudo que é do Estado, como rodovias, escolas e hospitais. A ideia mais original é unificar todos os impostos do país num tributo único.
- A minha proposta é de criar um tributo único de 10% sobre recebimento de valor, seja de pessoa física ou de pessoa jurídica, e acabar com todos os impostos: imposto de renda, IPVA, IPTU, INSS. Todos serão eliminados.
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