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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

InBev deve utilizar a AmBev, no Brasil, para comprar SABMiller

Elevado valor de mercado da cervejaria brasileira proporcionaria uma vantajosa relação de troca de ações com grupo anglo-africano.

 

A brasileira AmBev pode ser utilizada por sua controladora, a AB InBev, para comprar as operações da SABMiller, avaliam analistas consultados pelo iG. Isso porque a Ambev está muito mais valorizada na bolsa brasileira do que a própria AB InBev, cujas ações são negociadas na Bélgica. O alto valor de mercado de cervejaria brasileira possibilitaria uma relação de troca de ações favorável com a SABMiller, cujos papéis são negociados na bolsa de Londres.
As negociações entre a AB InBev e a SABMiller foram antecipadas nesta quinta-feira pelo colunista Guilherme Barros, do iG.
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O valor de mercado da AmBev está atualmente em torno de US$ 83 bilhões (R$ 147 bilhões). Esse é praticamente o valor de mercado da AB InBev, que está sendo negociada na bolsa belga por cerca de US$ 85 bilhões (R$ 152 bilhões). A SABMiller vale 33,4 milhões de libras, ou US$ 51,4 bilhões (R$ 100 bilhões).
Além de estar valorizada na bolsa brasileira, a AmBev possui ainda um caixa de R$ 5,8 bilhões, que poderia ser utilizado na operação.
“Há uma grande expectativa de que a AB InBev aproveite a valorização da AmBev para fazer a aquisição da SABMiller”, disse uma analista ao iG.
Enquanto as ações da AmBev são negociadas por 18,6 vezes o lucro estimado para 2012, as ações da SABMiller equivalem a 13 vezes o resultado previsto para o ano que vem. Isso daria uma grande vantagem à empresa brasileira nas negociações.
Um analista considera que a aquisição da SABMiller pela AB InBev faz “todo sentido”, porque as duas cervejarias são complementares. Só existe sobreposição de negócios nos EUA e China. Autoridades antitruste nesses países podem impor restrições, mas isso não inviabilizaria a operação como um todo.
Opiniões divididas
A utilização da AmBev para aquisição das operações da cervejaria anglo-africana também pode ser um bom negócio. Mas há opiniões divergentes. “Uns dizem que sim, outros que não”, afirma a analista. Tudo vai depender de qual seria a relação de troca entre as ações da AmBeV e da SABMIller.
A utilização do caixa da AmBev também divide opiniões. Por ter dinheiro em caixa, a cervejaria brasileira é uma boa pagadora de dividendos, o que explica em parte o fato de seus papéis serem tão apreciados pelos investidores.
Neste ano, a AmBev transformou-se na queridinha do mercado e está entre os papéis com melhor desempenho na Bovespa. Os investidores consideram que a cervejaria é um ativo “defensivo” em momentos de incertezas. Os preços da cerveja acompanham a inflação e, mesmo se houver uma desaceleração da economia, as pessoas não deixam de consumi-la.
Essa forte demanda pelas ações da AmBev, porém, criou distorções no mercado, o que explica o fato de a cerverjaria valer tanto quanto a sua controladora belga.

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